Já se passaram 12 anos desde que o célebre skipper neozelandês
Sir Peter Blake foi assassinado por piratas no rio Amazonas durante uma
expedição científica a bordo do SeaMaster, da Cousteau Society. Blake,
vencedor da Whitbread Round the World Race 1989-90, duplo recordista do
troféu Júlio Verne em 1994 e em 1997, a bordo do multicasco ENZA New
Zealand, e vitorioso na America's Cup 1995, como líder do sindicato
neozelandês Black Magic e condecorado com a Knight Commander of the
Order of the British Empire em 1995 será para sempre lembrado como um
dos maiores navegadores oceânicos de todos os tempos.
Foi trágico o assalto a bordo do veleiro SeaMaster ancorado no delta
do rio Amazonas, perto de Macapá, na noite do dia 5 de Dezembro de
2001, quando aguardava a liberação alfandegária. Um dos assaltantes
encapuzados apontou uma arma à cabeça de um dos tripulantes e Blake
saltou da cabine empunhando um rifle e atirou na mão de um dos
assaltantes, mas em seguida foi atingido fatalmente nas costas por uma
bala disparada pelo assaltante identificado como Ricardo Colares
Tavares, posteriormente capturado pela polícia brasileira. Outros dois
tripulantes também ficaram feridos no incidente. Aos 53 anos de idade,
Blake falecia deixando a esposa e os dois filhos.
Desde 1997 Blake tinha assumido o posto de chefe das expedições da
Cousteau Society, como skipper do Antarctic Explorer, mais tarde
rebatizado SeaMaster. Em 2001 Blake foi nomeado enviado especial da
programa ambiental da UN e iniciou uma série de filmagens de
documetários na blakeexpeditions.
Em 2004 foi fundado Sir Peter Blake Trust, apoiado pelo governo
neozelandês que atribuiu 3.8 milhões de dólares – um dólar por cada
cidadão neozelandês – para a criação de uma organização que honraria a
liderança de Blake, seu amor pelo meio ambiente e a sua dedicação aos
jovens.