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sábado

Veleiro Argentino Desaparecido - Reportagem Zero Hora

"Ninguém perdeu as esperanças", diz filha de tripulante de veleiro desaparecido

Embarcação argentina está sumida há 10 dias e familiares estão no Rio Grande do Sul para acompanhar as buscas

Por Bruna Scirea

05/09/2014 | 17h28
"Ninguém perdeu as esperanças", diz filha de tripulante de veleiro desaparecido Mauro Vieira/Agencia RBS
Foto: Mauro Vieira / Agencia RBS
 
Há 10 dias o veleiro argentino Tunante II está desaparecido a 360 km do litoral gaúcho. Mas familiares dos tripulantes não perdem a esperança. Desde a última segunda-feira, dois deles estão no Rio Grande do Sul para acompanhar as buscas.

A produtora audiovisual Luana Morales, 30 anos, filha do tripulante Horácio Roberto Morales, e o médico cardiologista Tomás Vernero, 37 anos, filho do capitão da embarcação, Alejandro Vernero, conversaram com Zero Hora nesta sexta-feira:

— Ninguém perdeu as esperanças. Nem sequer as pessoas que estão trabalhando nas buscas. O pessoal da Força Aérea e a Marinha está esperançoso e nos transmite isso. Dizem que não existe plano de encerrar os trabalhos de busca e que o otimismo ainda existe. É por isso que estamos aqui — afirma Luana.

Além de Morales e Vernero, também estavam no veleiro o médico oftalmologista Jorge Benozzi e seu genro, Mauro Capuccio. Giovanna Benozzi, filha de Jorge e namorada de Mauro, chega a Porto Alegre nesta sexta-feira para acompanhar a procura. Os quatro tripulantes eram amigos e planejavam chegar ao Rio de Janeiro 15 dias após deixar Buenos Aires.

Conforme o Comando do 5º Distrito Naval (Com5ºDN), três aviões e duas embarcações auxiliam no rastreamento, mas ainda não há vestígios do veleiro.


Foto: Reprodução / Marinha do Brasil
Confira a entrevista completa com Luana Morales:

Zero Hora — Quando foi feito o último contato com eles?
Luana — Foi na terça-feira, 26 de agosto. Nós, filhos estávamos reunidos na casa do Tomas quando falamos com eles. A primeira ligação foi no início da tarde. Eles estavam em meio a uma tormenta. Disseram que estavam bem, com boas condições de saúde, mas tinham perdido o timão do barco, as velas e o motor. Também estavam sem bateria para o sistema de rádio. Eles tinham a bordo dois telefones via satélite, por meio dos quais se comunicavam com a gente. Durante doze horas, mantivemos comunicação direta com eles. Até as 23h50min, quando nos falamos pela última vez. Por volta das 2h da quarta, dia 27, houve uma última chamada, que foi só de ruídos, não conseguimos conversar. Às 4h, um barco entrou em contato com eles via radar e por visualização direta durante umas horas, até que o contato foi perdido. Desde então, não sabemos mais nada.

Eles sabiam da possibilidade de tormenta?
Não havia tormenta no dia em que partiram de Buenos Aires. Dias depois, tiveram que fazer uma pausa em La Paloma, no Uruguai, para um ajuste no barco. Eles nos ligavam via satélite para passar previsões meteorológicas. Então, quando eles estavam em La Paloma, passei a previsão de que haveria vento de sudoeste, mas o prognóstico não informava a intensidade da tormenta que depois tiveram de enfrentar. Não se esperava uma tormenta muito grande, por isso partiram dali em direção ao Rio de Janeiro.

Como estão as buscas?
Estamos em contato direto com a Força Aérea e a Marinha, a partir do Consulado da Argentina. Nesta quarta estivemos na base do 5º Distrito Naval, em Rio Grande. Lá nos mostraram todos os cálculos, procedimentos de busca realizados, alternativas de como a deriva pode ter acontecido. Também consideraram as correntes marítimas da zona e as diferentes direções que o veleiro pode ter tomado. Está sendo feito ainda um rastreamento aéreo, permanentemente, com aviões que se revezam.

E eles tinham mantimentos para quanto tempo?
Eles tinham planejado a viagem sem escalas, então tinham comida suficiente para 15 dias. Mas como era uma viagem de passeio, tinham abastecimento suficiente. Se racionalizassem comida e água, poderia chegar a até 60 dias. A alimentação não seria problema, nem falta de água. Tinham materiais de pescar também.


E vocês estão confiantes?
Ninguém perdeu as esperanças. Nem sequer as pessoas que estão trabalhando nas buscas. O pessoal da Força Aérea e a Marinha está esperançoso e nos transmite isso. Dizem que não existe plano de encerrar os trabalhos de busca e que o otimismo ainda existe. É por isso que estamos aqui. Segundo a Marinha, a área que já foi rastreada é grande, mas minúscula se comparada com toda a área de busca possível. Eles acreditam que muito provavelmente esse barco esteja boiando, que eles estejam dentro e que sejam encontrados logo.
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