O velejador Jorge Zarif poderia ser considerado o azarão da noite do prêmio Brasil Olímpico. Ele encarava o nadador Cesar Cielo, tricampeão mundial nos 50m e donos de medalhas olímpicas, e o ginasta campeão olímpico e mundial Arthur Zanetti na briga pelo troféu de melhor atleta do ano de 2013. Quando teve seu nome chamado ao palco do Teatro Bradesco, em São Paulo, na noite de segunda-feira, ele quase não acreditou. O lobby com amigos e familiares tinha dado certo e o velejador havia faturado o prêmio máximo.
O melhor do ano de 2013 foi eleito por votação popular e por um júri composto por jornalistas, dirigentes, ex-atletas e personalidades do esporte. Cada parte tinha o peso de 50%. Zarif se aproveitou do formato para fazer a sua parte na corrida pelo prêmio. “Olhei o Facebook do Cielo e tinha 600 mil seguidores. Olhei o meu e tinha 3 mil. A matemática era meio cruel, mas acho que os três mil foram fiéis e votaram bastante e deu para ganhar”, afirma.
Ele ainda conta qual foi a tática para angariar votos. “Há umas duas semanas estava na faculdade e não estava entendo nada da matéria porque viajei muito esse ano. Então eu levei três laptops - o meu, o da minha mãe e o da minha irmã - para a aula para o pessoal ficar votando. Foram duas horas e meia votando uns três dias por semana”, relata o velejador. “Eu perdi o semestre, mas pelo menos deu para ganhar aqui”, brinca. Zarif disse ainda que deve ter votado nele mesmo mais de 100 vezes e, no final, falou a situação real na faculdade. “Não, não perdi o semestre. Mas perdi duas matérias”, disse o estudante do quarto semestre do curso de administração de empresas.