Grandes
nomes da vela se unem em protesto contra a decisão do Comitê
Internacional de cortar o esporte dos Jogos Paraolímpicos de Tóquio 2020
Atletas falam sobre a campanha que começou esta semana para restabelecer a vela nas paraolimpiadas.
O
mundo da vela ficou em estado de choque quando o Comitê Paraolímpico
Internacional anunciou no começo desta semana que a vela paraolimpica
não faz mais
parte dos Jogos Paraolímpicos de Tóquio em 2020.
A
notícia levou Geoff Holt, uma das principais figuras vela paraolimpica,
a iniciar uma petição exigindo que o esporte seja reintegrado. Em
poucos dias a campanha já conquistou
mais de 10.000 adeptos, incluindo grandes nomes da vela.
Sir
Robin Knox Johnston, que entre seus feitos foi o primeiro homem a
velejar sozinho ao redor do mundo e sem escalas, considerou a decisão de
corte da
modalidade dos jogos paraolímpicos como "vergonhosa" e disse que apoia
incondicionalmente a campanha.
"A decisão de retirar a vela dos Jogos Paraolímpicos vem num momento em que as oportunidades estão se expandindo.
A razão
dada para a saída da modalidade dos jogos é que nem todas as nações
oferecem oportunidade para que os deficientes possam velejar. Todos
sabem que qualquer esporte leva tempo para se desenvolver
especialmente este que era considerado impossível até muito
recentemente.
Hoje que sabemos que isso é possível, vemos um aumento no numero de atletas e de nações começando a fazer parte dos jogos.
Claramente
os organizadores dos jogos decidiram não esperar pelo desenvolvimento
do esporte e estão impedindo que pessoas com deficiência em países menos
desenvolvidos pratiquem um
esporte onde eles possam utilizar a mente para competir como qualquer
outra pessoa”.
“É
uma decisão vergonhosa e, embora o Comitê Paraolímpico Internacional
tenha dito que é final, nada é definitivo para
sempre. Se tivermos o apoio de um número suficiente de pessoas, o
comitê terá que enfrentar o descrédito da comunidade esportiva e pode
até alterar a sua decisão", completou Sir Robin.
A
velejadora paraolímpica Helena Lucas, ouro em Londres 2012, também
criticou a decisão, descrevendo-o como um "passo
para trás" no esporte e no reconhecimento dos atletas deficientes.
"Estou realmente desapontada com a decisão. Nós presenciamos muitos
esforços e exemplos de superação. O esporte estava realmente se
desenvolvendo no que diz respeito à participação de atletas
e ao nível de profissionalismo. Lamentável a decisão”.
Geoff Holt,
disse em um vídeo
do YouTube: "A perspectiva de que a vela não seja incluída em 2020 é de
partir o coração. Não só para mim e para aqueles que estiveram
envolvidos ao longo dos anos, mas para os velejadores, seus sonhos e
suas famílias. Tem muita gente que dedicou a vida a
vela, muitos voluntários e também dinheiro público. A vela é um dos
esportes paraolímpicos mais acessíveis. Se você está em uma cadeira de
rodas, é cego ou não tem uma perna, você pode competir em uma regata.
Não há nenhum outro esporte onde você pode fazer
isso.”
E completou: “Eles são os responsáveis pelo desenvolvimento do esporte. Se está sendo dito que não há número suficiente
de países concorrentes, então a Associação de Vela Internacional é responsável por não desenvolver o esporte o suficiente”.
Para saber mais sobre a campanha acesse a página no Facebook:
https://www.facebook.com/ReinstateParalympicSailing2020/timeline