A Vendée acabou e quem chegou em último lugar
foi o velejador Alessandro Di Benedetto uma figuraça
que fez a diferença para quem acompanhou de perto
essa regata, ele sempre manteve o bom humor, mesmo
tendo fraturado uma costela durante uma tempestade, ter
largado nessa edição com uma baita gripe, subir no
mastro um zilhão de vezes por problemas nas adriças
muitas das vezes com tempestades horríveis ao redor que
poderiam ter custado a sua vida e enfim, ele sofreu
como sovaco de aleijado e nunca trouxe a tona os
seus problemas, os seus vídeos eram sempre
sinceros, otimistas, simpáticos e repletos da
felicidade que ele sentia por estar participando de um
sonho. Quando se entra em uma regata, uma pergunta
sempre faz parte da cabeça de todos que estão no barco:
quais são as nossas chances? E essa resposta talvez
seja a mais difícil de ser dada, pois sempre esperamos
vencer mesmo com chances reduzidas, essa é sempre a
esperança, mas para ele não, ele sabia desde o primeiro dia
que ganhar essa regata seria impraticável, como foi, todos
os outros barcos teriam que quebrar, afundar, bater em
OFNIS, perder mastro e alguns ainda nunca serem encontrados.
Tudo isso já aconteceu na VG, mas nunca em uma mesma
regata, o que tirou completamente da cabeça dele e da
equipe a possibilidade de vencer, mas ele venceu, venceu
para todos que estavam acompanhando a regata desde o seu
início e aprenderam a conhecer uma pessoa que vive pelos
seus sonhos e nunca desiste, ele provou que qualquer um
pode participar de uma regata com esse grau de dificuldade,
perseguir até o fim foi a sua sina, por isso talvez que a sua
chegada foi tão emocionante e teve tanta repercussão positiva.
Um outro ponto para ele é que o barco que ele utilizou já
havia feito 3 vezes essa regata e entre todas, Alessandro
fez o melhor tempo, quer dizer, mesmo sabendo que não teria
chances de ganhar, ele velejou sempre buscando o melhor tempo.
Bravo, Alessandro!!
